Reportagem do jornal o extra, dia 10 de maio de 2010 (página 6) 'Ocaminho não é nem um pouco fácil'

04-09-2010 14:09

Priscila Fantin, há dez anos de profissão, diz que é preciso ter paciência, pé no chão e determinação para seguir a carreira.

Há dez anos, Priscila Fantin estreava na TV como Tati, a protagonista de "Malhação" quando a novela saiu do cenário academia e foi para um colégio. No "Você entrevista" desta semana, a atriz afirma que o tempo passou rápido, que ainda sente frio na barriga a cada novo trabalho e que sua Nara de "Tempos Modernos", esteja apagada na trama.

-Como está sendo a experiência de viver a Nara? Você a considera uma vilã?
-Estou me divertindo bastante com esta personagem. No início, eu não acreditava que Nara pudesse ser mesmo uma vilã. Estamos num momento de suspense. Tudo pode acontecer!

-Muitos dizem que você e sua personagem estão apagadas na novela. Você concorda? Como reage á baixa audiência da trama?
-Você é o primeiro a me dizer isso! Nara é tão expansiva e colorida que não consigo vê-la apagada. É normal que o público reaja de forma diferente sempre que um novo trabalho começa, principalmente quando a novela aposta numa linguagem mais dinâmica. Como toda obra aberta, os rumos da história já mudaram bastante e o retorno tem sido ótimo.

-Você coloca um pouco de você em suas personagens?
É inevitável que personagem e atriz tenham conteúdos da mesma essência. Nara canaliza a minha vontade de brincar com os esmaltes de uma maneira exagerada. A personalidade dela não é parecida com a minha. Mas há o meu ponto de vista sobre a situação em que ela se encontra. Entretanto, essas atitudes não são as mesmas que eu tomaria, afinal, ela tem outra história de vida.

-Você não sente saudade de "Alma Gêmea"? Eu achei que foi o seu melhor papel.
-Obrigada! Realmente, Serena ainda está e acho que sempre estará na lembrança do público. "Alma Gêmea" foi fenomenal. Em vez de saudade, eu sinto orgulho deste trabalho. Outras expêriencias continuam vindo e sempre virão. Por isso, preciso me desprender e curtir a lembrança!

-Como se sente com o assédio dos fãs?
-Depende. Acho muito legal aquele fã que tem algo de fato a dizer, que não se sente nem mais nem menos importante e que conversa de igual para igual. Eu digo isso porque também há o preconceito. Há pessoas que não tratam bem os que são considerados famosos, celebridades.

-Você já tem dez anos de carreira. O frio na barriga ainda aparece?
-No teatro sim, porque cada plateia recebe você de uma forma diferente. Mas há sempre uma expectativa em relação a todo trabalho que faço.

-Você já pensou em desirtir da carreira. Acha que não estava preparada para o sucesso? O que mais há incomoda: O assédio da imprensa ou a falta de privacidade?
-Acho que o sucesso e a fama são coisas diferentes. O sucesso é sempre bem-vindo, é o reconhecimento de um bom trabalho. Já a fama varia de acordo com o julgamento coletivo. Eu acho muito difícil alguém estar preparado para a fama, mas o sucesso em si é o resultado de muito trabalho.

-Qual a sensação de ver "Malhação" fazendo 15 anos? Você começou lá, né?
-Sim. A sensação é de que o tempo passou rápido!

-Você está fazendo "A Marca do Zorro" com Thierry Figueira. Como é fazer par romântico com um antigo namorado, cuja relação durou bastante tempo?
-A inter-relação entre os personagens certamente fica mais fácil. Mas trabalho é trabalho.

-Nara morre de ciúme de Zeca. Você é ciumenta assim?
-Nem tanto. Nara me parece um pouco obsessiva.

-Como boa mineira, você gosta de pão de queijo? Eu sou de Lavras (MG) e adoro!
-Eu também adoro!

-Que conselho você dá a quem quer seguir a carreira?
-Paciência, pé no chão e determinação. O caminho não é nem um pouco fácil.